Juventudes, educação e trabalho
Os microdados da PNADC disponíveis revelam que jovens foram os grandes perdedores de renda no trabalho nos últimos anos. A perda é mais forte entre os jovens adolescentes entre 15 e 19 anos (-26,54%) e entre jovens jovens 20 e 24 anos (-17,76%). Quando cruzamos a informação de jovens com outras variáveis, as quedas mais significativas são entre jovens sem instrução (-51,09%), combinando a falta de educação formal com a falta de experiência. Neste caso as perdas de jovens nordestinos (-23,58% ̈) superam as dos jovens moradores da região Norte (-22,01%) e das demais macrorregiões. Mesmo as mulheres que não haviam perdido na população total tem variações (-10,98%) contra perdas ainda maiores dos homens (-17,15%). Perdas expressivas são observadas em jovens de cor parda (-16,4%) e de cor preta (-12,14%). Homens e pardos têm redução de renda maior que a da média geral dos jovens (-14,66%). Aqueles que ocupam a posição de pessoas de referência como prováveis provedores principais dos domicílios (-23,56%) e filhos na faixa de juventude também perdem mais (-18,15%) do que o conjunto de jovens.
No quesito educação, menos da metade (41%) dos jovens entre 15 e 29 anos estão satisfeitos com o sistema educacional ou com as escolas na cidade que mora. A satisfaçao com o sistema educacional que havia aumentado de 47% em 2013/14 para 56% em 2017/18, o númetro 97 no ranking que conta com 139 países. A satisfaçao com a educacao da populacao em geral sofre queda espetacular durante a pandemia de 56% em 2019 para 41% em 2020, o menor nivel da série. Esta queda foi 375% maior no Brasil que num grupo de 40 países entrevistados durante a pandemia que funcionam como um grupo de controle.
Os jovens perderam mais que outros grupos sociais
Taxa de Crescimento de Renda Individual Trabalho por Grupo Tradicionalmente Excluídos de 2014.T4 a 2019.T2
Fonte: FGV Social/CPS a partir de microdados da PNADC trimestral/IBGE – Atlas das Juventudes. Obs.: *Renda Habitual Individual do Trabalho – População em Idade Ativa
Percentuais de sem-sem por grupos e períodos
Fonte: FGV Social a partir dos microdados da PNADC Trimestral/ IBGE – Atlas das Juventudes
Mesmo antes da pandemia, a porcentagem de jovens sem-sem, sem acesso à oportunidades de renda e de educação já vinha subindo, com alta taxa entre jovens de 20 a 29 anos, pardos, pretos e mulheres.
Por que piorou a média de renda dos Jovens?
Decomposição da Taxa de Crescimento da Renda Individual Trabalho por Componentes Trabalhistas Classicos de 2014 .T4 a 2019.T2 - Jovens Totais
Fonte: FGV Social/CPS a patir de Microdados da PNADC trimestral/IBGE – Atlas das Juventudes. Obs.: *Renda Habitual Individual do Trabalho – População entre 15 a 29 anos.
O aumento da taxa de desemprego explica 11,31 pontos de porcentagem da queda de renda. Isto é, se neste ínterim tudo mais ficasse parado, como salário, jornada de trabalho, taxa de participação no mercado de trabalho etc a queda de renda coincidiria com estes – 11,31 pontos de porcentagem contra -14,66 pontos de porcentagem da totalidade da queda de renda. Isto porque outros ingredientes trabalhistas atenuaram a queda de renda. Em particular, o aumento da taxa de participação de 3,86 pontos de porcentagem sugere encorajamento daquele que estava fora do mercado participar ativamente do mercado de trabalho, assim como o aumento da educação no período.
Percentuais de sem-sem por sexo
Fonte: FGV Social a partir dos microdados da PNADC Trimestral/IBGE – Atlas das Juventudes
Os Sem-Sem
Taxa de Crescimento de Renda Individual Trabalho por Grupo Tradicionalmente Excluídos de 2014.T4 a 2019.T2
Risco de permanecer sem-sem cai com escolaridade
Fonte: FGV Social/ FGV a partir dos microdados longitudinal da PNADC 2016 2017/IBGE
Percentuais de jovens conforme combinação de estudo e trabalho
Fonte: FGV Social a partir de microdados da PNADC trimestral/IBGE – Atlas das juventudes.
Frequência escolar por faixa etária - média móvel de 4 trimestres
Fonte: FGV Social a partir de microdados da PNADC trimestral/IBGE – Atlas das juventudes.
Evolução da Educação Média (Anos de Estudo Completos)
Fonte: FGV Social a partir de microdados da PNADC trimestral/IBGE – Atlas das juventudes.
Índice Juventudes, Educação e Trabalho
Texto
Slides
Mapas interativos (IJET - UFs - 2012 até 2018)
Proporção de Jovens - 1950/1970/2000/2015/2060/2100
Centro de Políticas Sociais da FGV
O trabalho desenvolvido com o Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas para o Atlas das Juventudes, contou com a coordenação do professor Marcelo Neri, que foi responsável pelo processamento, atualização e sistematização das principais bases de microdados do país e em algumas análises do mundo. Construímos panoramas, simuladores, mapas e diversas projeções populacionais, com dados de todas as cidades, estados e regiões do Brasil.
Muitas das pesquisas que encontramos sobre juventudes buscam estimar o quanto o jovem tem de benefício financeiro no trabalho a partir dos anos que dedica à educação.
Assim, construímos e disponibilizamos um simulador interativo: o Índice-você. Ele permite a cada jovem colocar as suas características individuais e geográficas e analisar o impacto de diferentes escolhas educacionais sobre salários, empregabilidade, formalidade e jornada de trabalho.
O Índice-Você oferece ao jovem a possibilidade de transformar informação em conhecimento próprio sobre os efeitos trabalhistas de um amplo menu de escolhas educacionais. + Acesse aqui!
Mais informações sobre a população jovem do Brasil: