Juventudes e a Pandemia - E Agora?
Conheça a terceira edição da pesquisa que já ouviu mais de 100.000 jovens de todo o país sobre seus anseios e sonhos.
Entenda a Pesquisa
Quais são os efeitos da pandemia na vida de jovens no Brasil?
Objetivos
Esta é a terceira edição da série de pesquisas “Juventudes e a Pandemia do Coronavírus”, realizadas também em 2020 e 2021. As três edições juntas somam mais de 118 mil respostas. Na edição de 2022, foram ouvidos 16.326 jovens de 15 a 29 anos, entre os dias 18 de julho a 21 de agosto de 2022.
Após o isolamento social e a vacinação contra Covid-19, o levantamento ouviu as juventudes para entender os impactos, os hábitos adquiridos e as prioridades para a saúde, educação, trabalho e renda. E, diante do período eleitoral, também foram feitas perguntas sobre o fortalecimento dos processos democráticos.
Perguntas norteadoras
Em meio à volta das atividades presenciais, quais foram os efeitos da pandemia na vida de jovens no Brasil, quais os hábitos adquiridos e quais são as perspectivas de futuro para políticas e projetos para as juventudes?
VIDA PÚBLICA:
Quais as perspectivas de jovens em relação ao processo democrático, à participação e ao voto?
EDUCAÇÃO:
Quais as perspectivas em relação à continuidade dos estudos e as prioridades para a educação?
TRABALHO E RENDA:
Qual o cenário das condições de trabalho e como investir na inclusão produtiva?
SAÚDE:
Qual o contexto e a visão de futuro sobre a saúde pública e a saúde mental?
Metodologia
Grupo de jovens e a PerguntAção
A pesquisa Juventudes e a Pandemia – E Agora? desde sua primeira edição utiliza a metodologia PerguntAção, desenvolvida pela Rede Conhecimento Social. O método envolve o público pesquisado em todas as etapas do processo: a reflexão a respeito dos temas, a concepção do questionário, a mobilização para a coleta de respostas e a análise dos resultados. A proposta da metodologia é a de fortalecer a articulação de grupos para a investigação de temas de interesse, promovendo ações que transformem seu contexto, por meio de uma produção coletiva de conhecimento.
Etapas da Metodologia
Mobilização de jovens e oficina inicial de PerguntAção
Elaboração do questionário e definição da amostra
Coleta de dados
Tratamento técnico do banco de dados e tabulação
Análise dos dados e oficinas finais de PerguntAção
Comunicação e advocacy
Mobilização de jovens e oficina inicial de PerguntAção
Elaboração do questionário e definição da amostra
Coleta de dados
Tratamento técnico do banco de dados e tabulação
Análise dos dados e oficinas finais de PerguntAção
Comunicação e advocacy
Perfil
Quem são os jovens que responderam à Pesquisa?
16.326
jovens
de 15 a 29 anos de todo o Brasil, de todas as Regiões, de todos os Estados e do Distrito Federal, participaram da 3ª edição da Pesquisa Juventudes e a Pandemia – E Agora? Por meio de uma grande mobilização liderada por jovens e instituições parceiras, foi possível alcançar um número expressivo de respostas com diversidade e riqueza de dados.
Dos 16.326 jovens (15 a 29 anos) que responderam a pesquisa, houve respostas de todos os estados do país.
42% são brancos, 56% negros (40% pardos e 16% pretos), 1% amarelos e 1% indígenas. 3% são jovens com deficiência. 13% possuem filhos ou enteados.
81% dos jovens respondentes estavam trabalhando quando responderam a pesquisa (proporção muito maior do que a taxa de empregados nessa faixa de idade no Brasil hoje); desses, 63% têm contrato de aprendizagem. E a renda familiar desses respondentes é semelhante à média da população: 2% não tem renda familiar, 40% têm até R$2.200 mensais, 26% têm entre R$2.201 e R$4.400 mensais, 18% têm mais de R$4.401 mensais.
Há uma participação majoritária de mulheres (64%) em relação a homens (35%). E 1% se identificam como não binários ou outro gênero. Quase ¼ se consideram LGBTQIAP+.
Moram principalmente na zona urbana (93%). Sendo distribuídos entre capital (36%), interior (36%) e região metropolitana (28%)
64% estavam estudando no momento em que responderam ao questionário. Destes, 4% estavam matriculados nos Anos Finais do ensino fundamental ou no ensino fundamental Educação de Jovens e Adultos (EJA); 29% no ensino médio regular; 2% no ensino médio EJA e 5% no médio técnico. 37% na graduação e 14% na pós-graduação.
Os jovens respondentes são amplamente engajados com grupos ou instituições: 63% integram ou já integraram grupos religiosos, coletivos ou movimentos juvenis, organizações sociais, conselhos ou partidos políticos.
Vida pública
Democracia, participação e voto
Em 2022, jovens vão levar para as urnas suas visões de futuro e sua análise do cenário político. Querem que seus representantes priorizem educação, saúde, economia e trabalho, bem como a redução das desigualdades.
A pandemia os provocou a estarem mais atentos à política e, apesar de criticarem a baixa representatividade de jovens no cargos e estarem pessimistas em relação ao compromisso de políticos com a sociedade, são defensores do sistema democrático.
9 a cada 10 jovens defendem a Democracia e 8 a cada 10 concordam que a pandemia deixou as pessoas mais atentas à política.
82% irão votar nas próximas eleições, mas quase 7 a cada 10 estão pessimistas em relação ao comprometimento dos políticos com a sociedade.
A carreira política, no futuro, atrai apenas 4% dos jovens.
Segundo as juventudes, os candidatos devem priorizar a educação (63%), a saúde (56%), a economia, trabalho e renda (49%) e a redução das desigualdades (25%).
Se fossem governantes investiriam em plano de fortalecimento da educação (32%), ações de combate à fome (30%), ações para fortalecimento do SUS (27%) e plano para a recuperação econômica (27%).
Educação e aprendizado
Perspectivas para continuidade dos estudos
Em muitos jovens, a pandemia provocou uma sensação de “ficar para trás” em relação ao aprendizado. Por isso, estudantes esperam que as instituições de ensino possam apoiá-los, principalmente, na dimensão emocional, na organização e foco.
Ainda que uma parcela significativa de jovens ainda pense em parar de estudar, continuar os estudos faz parte da visão de futuro da maioria.
Nos últimos 6 meses, 11% ainda pensam em parar de estudar e 34% já pensaram mas dizem não querer mais deixar os estudos.
55% desses jovens sentem que ficaram para trás, em termos de aprendizagem, como consequência da pandemia.
82% pretendem continuar estudando após a conclusão da etapa que estão atualmente.
Contudo, durante os anos da Pandemia boa parte dos jovens chegou a interromper os estudos em algum momento: em 2020, foram 28%; em 2021, 16% e em 2022, 3%.
52% sentem que desenvolveu ou intensificou a dificuldade de manter o foco, 43% de se organizar para os estudos e 32% para falar em público, em função do período remoto.
Trabalho e renda
Novas formas de trabalho
Os efeitos da pandemia na renda de jovens e suas famílias repercutem até os dias de hoje em um receio de passar por dificuldades financeiras. Esse cenário reforça a demanda das juventudes por oportunidade de qualificação profissional.
Ainda assim, jovens estão otimistas em relação às mudanças no mundo do trabalho, especialmente o surgimento de novas formas de trabalho.
Em relação ao tema de trabalho e renda, quase 8 a cada 10 jovens estão otimistas em relação a oportunidades de qualificação profissional e surgimento de novas formas de trabalho.
Quase 4 a cada 10 têm receio de passar por dificuldades financeiras.
Pensando no futuro na área de trabalho e renda, são muitas as ações prioritárias para instituições públicas e privadas ajudarem jovens a lidar com efeitos da pandemia. As mais citadas foram: oferta de cursos para a qualificação profissional e editais para fomento de projetos das juventudes.
Saúde
Saúde mental como prioridade
Desde o início da pandemia, jovens têm apontado a saúde mental como uma das principais dimensões para a construção e fortalecimento de políticas de juventude. Mesmo que, na visão da maioria, a pandemia esteja controlada, o medo de perder pessoas próximas é constante.
Sentindo desde ansiedade até a falta de motivação para atividades cotidianas, jovens apostam que oportunidade de socialização e atividades físicas, além do acesso a atendimentos psicológicos, pode ajudar a encontrar equilíbrio emocional.
Observa-se forte impacto da pandemia do Coronavírus na saúde mental das juventudes. Para 82% dos jovens a pandemia ainda não acabou e para quase 5 a cada 10, a principal preocupação permanece relacionada ao receio de perder familiares ou amigos. E quase 4 a cada 10 se preocupam com a possibilidade de outras pandemias.
O agravamento da saúde mental levou quase 3 a cada 10 a utilizar aplicativos de saúde mental nos últimos 3 meses. E as atividades que eles mais demandam para conseguir manter a saúde mental estão relacionadas à psicoterapia, enquanto 1/4 cita atividades de socialização, como encontrar amigos, e 4 a cada 10 citam atividades físicas.
Diante dessas preocupações, 6 a cada 10 jovens pesquisados passaram ou vem passando por ansiedade nos últimos 6 meses. Mais de 5 a cada 10 relatam que a pandemia também intensificou o uso exagerado de redes sociais. E 50% sentem cansaço e exaustão frequentes como efeitos da pandemia. E 44% vivem a falta de motivação para as atividades cotidianas.
Quando questionados sobre ações prioritárias para que instituições públicas e privadas ajudem jovens a lidar com efeitos da pandemia, 47% sinalizam o acompanhamento psicológico especializado em jovens na saúde pública. E 39% citam o acompanhamento psicológico nas escolas. E ¼ pedem ações para garantir uma alimentação segura para os mais vulneráveis.
Acesse os relatórios e documentos técnicos
2023
Relatório Especial – Juventudes e a Pandemia – Jovens com Contrato de Aprendizagens
Relatório Especial – Juventudes e a Pandemia – Jovens no Ensino Médio
2022
Relatório Completo – 3a edição da Pesquisa Juventudes e a Pandemia – E Agora?
Release Imprensa – 3a edição da Pesquisa Juventudes e a Pandemia – E Agora?
Relatório Especial Cidade de São Paulo – 3a edição da Pesquisa Juventudes e a Pandemia – E Agora?
Relatório Especial – Trabalho e Renda – Juventudes e a Pandemia – E Agora?
2021
Relatório Especial Aprendizes – 2ª edição da Pesquisa Juventudes e a Pandemia do Coronavírus
Relatório Especial Ensino Médio – 2ª edição da Pesquisa Juventudes e a Pandemia do Coronavírus
2020
Relatório Completo – 1ª edição da Pesquisa Juventudes e a Pandemia do Coronavírus
Relatório Especial Ensino Médio
Relatório Especial Jovens com contrato de Aprendizagem
Release Imprensa – 1ª edição da Pesquisa Juventudes e a Pandemia do Coronavírus
Parceiros e realização
Esta edição é coordenada pelo Atlas das Juventudes e realizada em parceria com Conselho Nacional da Juventude (CONJUVE), Em Movimento, Fundação Roberto Marinho, Rede Conhecimento Social, Mapa Educação, Porvir, UNESCO e Visão Mundial, com apoio de Itaú Educação e Trabalho, GOYN-SP e UNICEF.
Ficha técnica
Contatos
Coordenação Geral Atlas das Juventudes
marcusbarao@atlasdasjuventudes.com.br
mariana@emmovimento.org.br
Licença
A pesquisa Juventudes e a Pandemia do Coronavírus – 3ª edição (2022), de Atlas das Juventudes, CONJUVE, Em Movimento, Fundação Roberto Marinho, Mapa Educação, Rede Conhecimento Social, Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), Porvir e Visão Mundial, está licenciada com uma Licença Creative Commons CC BY-NC-SA 4.0 Internacional. Essa licença permite que outros remixem, adaptem e criem obras derivadas sobre a obra original, não podendo ter fins comerciais, contanto que atribuam crédito aos autores corretamente, e que utilizem a mesma licença. Para ver o texto completo da licença, acessar: http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0/