Metodologia
FGV Social - Centro de Políticas Sociais
O FGV Social tem como missão contribuir para o desenvolvimento inclusivo brasileiro, conectando a pesquisa aplicada ao debate na sociedade e à implantação de políticas públicas. Abordando, de maneira integrada, os temas sociais mais urgentes do cenário brasileiro, atua em prol da difusão de conhecimento e da inspiração de novas práticas inclusivas. É responsável por oferecer treinamento e assessoria especializada para projetos em diferentes áreas de atuação, em parceria com entidades governamentais, empresas e organizações da sociedade civil, situadas no Brasil e no exterior.
Por meio da pesquisa empírica, em especial aquela baseada em grandes bases de microdados públicos e através do desenho e avaliação de políticas públicas, a FGV Social acredita que pode identificar e promover novas transformações na sociedade. A abordagem alinha diversos atores e instrumentos de atuação no sentido de aprimorar de forma holística diferentes dimensões da vida da população.
Marcelo Neri
Marcelo Neri é PhD em economia pela Universidade de Princeton. Diretor do FGV Social, Professor da EPGE e fundador do Centro de Políticas Sociais, também na Fundação Getulio Vargas. Foi presidente do IPEA, Ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da Republica (SAE/PR) e secretário executivo do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES – conselhão). Avaliou políticas públicas em duas dezenas de países e implementou políticas públicas em três níveis de governo no Brasil. Atua ativamente na proposição e debate de políticas públicas. Foi escolhido um dos 50 cariocas mais influentes pela Revista Veja e duas vezes como um dos 100 brasileiros mais influentes pela Revista Época. Publicou livros sobre: Planejamento de Políticas Públicas; Microcrédito; Cobertura Previdenciária; Ensaios Sociais; Diversidade; Superação da Pobreza no Campo; Bolsa Família; Percepções de Políticas Públicas; Inflação e Consumo, A Nova Classe Média (indicado ao Prêmio Jabuti).
Notas metodológicas
A fim de contribuir para o diagnóstico, desenho, operacionalização e difusão de ações voltadas ao jovem brasileiro, o FGV Social teve a satisfação de apresentar a pesquisa “Jovens, Educação e Trabalho” de autoria de Marcelo Neri e equipe para o projeto Atlas das Juventudes, proposto pelo Em Movimento e pelo Pacto das Juventudes pelos ODS. O primeiro resultado da iniciativa foi avaliar quanto e como mudaram as condições de vida, de educação e de trabalho, assim como o tamanho da população e as percepções das pessoas neste segmento etário, no último quarto de século. Outro objetivo foi traçar perspectivas futuras. Buscou-se a comparação com outros grupos etários no Brasil e entre jovens de diferentes países. O trabalho disponibiliza um amplo banco de dados sobre as juventudes. O objetivo final foi aprimorar o autoconhecimento do jovem brasileiro e o desenho de ações de promoção desse grupo empreendidas pelos vários níveis de Estado, pelo setor privado e pela sociedade civil.
De maneira geral, as perguntas-chave da pesquisa foram:
- Quais são as trajetórias das juventudes e seu impacto prospectivo na economia e na sociedade brasileiras?
- Qual é o acesso e o retorno dos diferentes tipos de educação no mercado de trabalho?
- Como estas perguntas são encaradas pelos jovens?
- Como estas respostas podem ajudar o desenho de políticas públicas voltadas para as juventudes?
Os principais subprodutos do projeto são:
i) Desenvolver diagnóstico empírico sobre juventudes, incluindo a construção de um amplo acervo de indicadores gerados a partir de bases de microdados de instituições diversas aqui listadas: IBGE, INEP, MTE, PNAD e PNADC. Traçamos um retrato detalhado da população, a fim de mapear um vasto espectro de características desse grupo, assim como indicar os atributos que podem ser úteis no desenho de estratégias de melhorias nas condições econômicas e de vida da população (incluindo os fluxos de renda, estoque de ativos, percepções e etc);
ii) Medir a evolução de acesso e performance educacionais e trabalhistas dos jovens, a partir de fontes diversas. Desenvolvemos um sistema de indicadores proposto anteriormente pelo FGV Social, o IJET (Indicadores de Juventude, Educação e Trabalho), levando em conta características próprias desse grupo. Medir o impacto de diferentes programas e ações nos avanços sociais obtidos. Geramos espelhos estatísticos que permitam ao jovem se enxergar no universo de possibilidades educacionais e ocupacionais e auxiliem a sua tomada de decisão, o Índice-Você;
iii) Traçar tendências trabalhistas e tecnológicas, identificando as novas características do “emprego juvenil” e das perspectivas ocupacionais dos jovens hoje no futuro. Projeções da trajetória do contingente populacional. Analisamos a importância da juventude no desenvolvimento do país e das cidades, elencando os principais percalços e desafios a serem superados;
iv) Posicionar o jovem brasileiro no contexto internacional, através de comparações a partir de pesquisas objetivas e subjetivas que engloba mais de 150 países (análises realizadas previamente pela FGV); e
v) Desenvolvimento de site específico do projeto na página do FGV Social, com textos, mapas e dispositivos interativos amigáveis.
Os indicadores gerados serão organizados sob a forma de banco de dados denominados panoramas, simuladores e mapas, conforme descritos a seguir:
- Panoramas: O Panorama permite obter uma visão ampla da evolução de indicadores diversos cruzados com características da população jovem (demográficas, socioeconômicas, espaciais e etc). É possível medir de forma simples e direta, por exemplo, a proporção de jovens ter ou não, acesso à escola, trabalho ou a internet, por exemplo. Esse instrumento otimizará e facilitará a consulta, o processamento e a análise dos dados.
- Simuladores: Desenvolvido, a partir de modelos multivariados aplicados às variáveis de interesse contínuas (ex: renda) ou discretas (ex. probabilidade de frequentar escola privada) controlado por atributos individuais. Os simuladores traduzem de forma mais acessível os resultados das regressões multivariadas.
- Mapas: Em um projeto intitulado Atlas a representação espacial dos resultados em mapas de sobrevoo globais e nacionais ocupam papel de destaque. Estes dispositivos permitem visualizar territorialmente as informações derivadas de cruzamentos simples e multivariados dos dados. Por exemplo, um usuário pode querer visualizar as chances de ocupação de um jovem ao longo do território nacional. Ou no caso multivariado esta busca pode ser refinada para um jovem com as suas características particulares (escolaridade, sexo, etc) visualize a chance de ocupação em segmentos desejados.